9 de abr. de 2013

Competitividade na patinação

Grande parte das atividades esportivas exigem sempre uma disputa entre dois ou mais membros para vencer determinada competição.
Na patinação artística, assim como vôlei, tênis e outros esportes, obrigatoriamente precisa-se de um vencedor e um vencido, e é nesse cenário que aparecem dois aspectos importantes da vivência esportiva: a esportividade e a competitividade.

A Competitividade significa disputa e capacidade de cumprir uma missão com mais ou menos êxito que o outro. A esportividade é o ato de disputa de forma lúdica e recreativa onde a atividade do esporte é mais importante que a vitória em si.

Competitividade em um nível moderado auxilia a evolução dos atletas e consequentemente da prática esportiva, uma vez que o sentimento de derrota em um primeiro momento pode ser um fator fundamental para uma volta por cima. Entretanto, a competitividade dependendo o nível dos atletas envolvidos, pode passar dos limites despertando o que mais de nocivo existe para a atividade esportiva, que é a falta de lealdade e tomada de atitudes anti-éticas. A falta de lealdade pode levar  ao prejuízo físico do adversário. Já as atitudes anti-esportivas vão desde desestabilização psicológica dos adversários com provocações, bullying até perseguições e xingamentos desnecessários.

O que me levou a escrever este post?




Eu, pessoalmente, tenho a patinação como uma atividade recreativa e social, desta forma não vejo a possibilidade de disputa fazer parte das minhas atividades, porém uma palavra desagradável, passou a sondar o ambiente que frequento: RIVALIDADE.
Hoje, penso se realmente vale a pena expor algumas crianças a tal ambiente, que por diversas vezes, se mostrou extremamente competitivo e anti-esportivo.
Que fique bem claro que o que escrevo aqui é minha opinião pessoal, baseada em fatos e relatos do meu dia a dia, fatos estes, que tenho presenciado com muita tristeza.
Com o passar do tempo, após um grupo formado, alguns atletas passam a se destacar, alguns de maneira extremamente rápida e precoce.
A partir do momento que um atleta sobe de nível, por exemplo, todos os outros de sua antiga turma, mesmo que involuntariamente, passam a olhar este com outros olhos, alguns com despeito, ciúmes, outros com raiva por não ter conseguido o mesmo feito, e claro, outros com profunda admiração.

Um novato numa turma de veteranos, pode significar uma ameaça. Aqueles que gostam de manter um certo nível de status e o rótulo de melhor da turma, podem sentir-se diminuídos com o chegar dos novatos que se destacam. Os olhos agora estarão fixados em outro foco. Aí entra a rivalidade.
O ameaçado, passa a perseguir os novatos, provocar pequenos acidentes (por exemplo, "deixando" o pé na frente do outro pra que ele caia) e forçar situações desagradáveis de pressão psicológica, com frases do tipo "saia da minha frente", "você é muito lerdo", "você está em nível errado" e tudo o que há de mais desagradável e anti-esportivo que todos nós conhecemos e que não cabe aqui compartilhar. Isso se agrava e muito quando tal rivalidade, é levada para o lado pessoal.

Me pergunto então, o que levaria um atleta a sabotar o outro de sua própria equipe?
Status?
Falta de preparo psicológico?
Falta de educação e estrutura familiar?
Falta de base técnica e conduta esportiva?
Excesso de auto confiança?
Ou popularmente falando...falta de noção?

Pra mim, o mais importante da atividade esportiva social, seja ela qual for, é manter sempre a esportividade e não levar a fundo a competitividade, pois ao contrário do que mídia expõe, nem sempre ser vencido no esporte significa que a pessoa será vencida na vida.

Você que está lendo este meu post-desabafo, pense em seus momentos nos treinos, reveja suas atitudes e conclua se você é competitivo ou esportivo e coloque na balança qual das opções vale mais a pena.

Competitividade moderada, esportividade alta…

Pra mim nos dias de hoje, vale muito mais a pena ser o mais legal, mais gentil e mais amigo da turma, do que ser o melhor ou o perfeito.

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